A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (SUD) é mais conhecida como “Igreja dos Mórmons” por causa do livro que carregam juntamente com a Bíblia. A imagem mais associada à igreja são os missionários, quase sempre em par, que usam gravatas escuras, camisas brancas e uma plaquinha preta com os nomes gravados.
Os missionários vão de casa em casa, pedem para conversar, falam sobre “O Livro de Mórmon”, para eles uma escritura tão sagrada quanto a Bíblia e convidam para as pessoas conhecerem o templo.
Essa religião, que para muitos é meramente uma seita, teve início 1830, nos Estados Unidos através de Joseph Smith Jr. Aos 14 anos, ele afirmou ter recebido uma visão de Deus e de Jesus Cristo. Seu chamado seria para “restaurar o cristianismo, preparando os fiéis (santos) para a volta do messias no futuro (nos últimos dias)”. Em 1823, Smith diz ter recebido a visita de um anjo chamado Moroni, que lhe mostrou placas de ouro. Quando as placas foram traduzidas, tornaram-se livros, sendo que o mais importante é “O Livro de Mórmon”.
A Igreja dos Santos dos Últimos Dias projeta chegar este ano a 1,167 milhão de membros no Brasil. Eles têm experimentado um crescimento acelerado nos últimos anos. Se continuar assim, o Brasil ultrapassará o México (1,234 milhão) como segundo maior país de mórmons do mundo em cinco anos.
O primeiro lugar dificilmente deixará de ser dos Estados Unidos, onde a religião teve início e que já reúne quase 4 milhões de seguidores. Calcula-se que no mundo já existem 14,1 milhões de mórmons.
Existem cerca de quatro mil missionários que pregam pelo Brasil anualmente (50% brasileiros, 50% americanos). Durante dois anos, rapazes de 19 a 26 anos e mulheres de 19 a 40 dedicam-se a espalhar sua mensagem por 27 regiões do país. No Brasil, tudo começou em 1926, por conta de um casal de imigrantes alemães da família Lippelt, que pediram aos EUA o envio de missionários.
Dentro da ideologia mórmon, todo jovem deve se dedicar ao trabalho missionário. O treinamento custa US$ 500 e é bancado pelas famílias. Quase sempre eles saem de casa para outro país e passam a viver em casas alugadas pela igreja.
Diferentemente dos neopentecostais que também crescem em número, os mórmons não investem em mídia como TV e rádio. Preferem o contato pessoal e investem na produção e distribuição de material de evangelização. Hoje produzem 50 mil exemplares da revista “A Liahora” para assinantes. São 200 mil exemplares de “O Livro de Mórmon” e 60 mil Bíblias vendidas por ano, além do serviço social (doação de três mil cadeiras de rodas por ano e um forte programa de voluntarismo).
Eles também investem em ações que melhoram a vida dos fiéis, como um fundo de educação que ajuda a pagar os estudos em famílias convertidas que não tenham condições. No ano passado foram 13 mil alunos beneficiados. A igreja SUD possui o Centro de Recolocação de Empregos, que atende a 3.400 pessoas desempregadas, oferecendo cursos de autossuficiência profissional e recolocação.·.
“As religiões que estão mais próximas de pessoas cujas vidas passam por dificuldades tendem a ser bem-sucedidas. Elas representam um grupo que acolhe numa hora difícil”, diz o teólogo Clemir Fernandes, do Instituto de Estudos da Religião (Iser).
Uma das filosofias de vida dos mórmons é: “O Senhor gostaria que vocês fossem bem-sucedidos.” A exemplo de outras igrejas, sua estrutura é bancada por dízimos, cuidadosamente acompanhados em balancetes anuais individualizados. Mesmo que a SUD negue que o pagamento do dízimo seja pré-requisito, muitos ex-mórmons alegam que ninguém participa das atividades religiosas ou sociais das congregações se não estiver com o pagamento em dia.
O discurso da SUD pode ser considerado hiperconservador. A valorização da família é o centro da doutrina. Defendem que o bom mórmon não pratica sexo antes do casamento, não bebe café ou chá e não faz uso de álcool ou drogas. Não têm bispos ou autoridades solteiros ou divorciados, sequer viúvos. Famílias gays, nem pensar. O sacerdócio é privilégio dos homens e as mulheres só lideram em cargos que cuidam de assuntos familiares e infantis.
Embora muitos a consideram uma denominação cristã, a maioria de seus fundamentos não tem comprovação histórica. Eles defendem, por exemplo, que o continente americano foi visitado por povos hebreus muitos anos antes do nascimento de Cristo. E que Jesus foi para as Américas após a ressurreição. Por isso, sua sede mundial é em Salt Lake City, em Utah.
Uma das maiores diferenças para as igrejas cristãs convencionais está em suas cerimônias, como os rituais de casamento eterno (após a morte), de batismo de antepassados mortos (a SUD tem o maior banco de pesquisa genealógica do planeta), de aperfeiçoamento dos santos (um trajeto que resulta na transformação de humanos em deuses e deusas que habitarão um planeta chamado Kolob, perto da morada de Deus), além da entrega de códigos e chaves que são dados aos fiéis para a entrada no céu propriamente dita.
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Os missionários vão de casa em casa, pedem para conversar, falam sobre “O Livro de Mórmon”, para eles uma escritura tão sagrada quanto a Bíblia e convidam para as pessoas conhecerem o templo.
Essa religião, que para muitos é meramente uma seita, teve início 1830, nos Estados Unidos através de Joseph Smith Jr. Aos 14 anos, ele afirmou ter recebido uma visão de Deus e de Jesus Cristo. Seu chamado seria para “restaurar o cristianismo, preparando os fiéis (santos) para a volta do messias no futuro (nos últimos dias)”. Em 1823, Smith diz ter recebido a visita de um anjo chamado Moroni, que lhe mostrou placas de ouro. Quando as placas foram traduzidas, tornaram-se livros, sendo que o mais importante é “O Livro de Mórmon”.
A Igreja dos Santos dos Últimos Dias projeta chegar este ano a 1,167 milhão de membros no Brasil. Eles têm experimentado um crescimento acelerado nos últimos anos. Se continuar assim, o Brasil ultrapassará o México (1,234 milhão) como segundo maior país de mórmons do mundo em cinco anos.
O primeiro lugar dificilmente deixará de ser dos Estados Unidos, onde a religião teve início e que já reúne quase 4 milhões de seguidores. Calcula-se que no mundo já existem 14,1 milhões de mórmons.
Existem cerca de quatro mil missionários que pregam pelo Brasil anualmente (50% brasileiros, 50% americanos). Durante dois anos, rapazes de 19 a 26 anos e mulheres de 19 a 40 dedicam-se a espalhar sua mensagem por 27 regiões do país. No Brasil, tudo começou em 1926, por conta de um casal de imigrantes alemães da família Lippelt, que pediram aos EUA o envio de missionários.
Dentro da ideologia mórmon, todo jovem deve se dedicar ao trabalho missionário. O treinamento custa US$ 500 e é bancado pelas famílias. Quase sempre eles saem de casa para outro país e passam a viver em casas alugadas pela igreja.
Diferentemente dos neopentecostais que também crescem em número, os mórmons não investem em mídia como TV e rádio. Preferem o contato pessoal e investem na produção e distribuição de material de evangelização. Hoje produzem 50 mil exemplares da revista “A Liahora” para assinantes. São 200 mil exemplares de “O Livro de Mórmon” e 60 mil Bíblias vendidas por ano, além do serviço social (doação de três mil cadeiras de rodas por ano e um forte programa de voluntarismo).
Eles também investem em ações que melhoram a vida dos fiéis, como um fundo de educação que ajuda a pagar os estudos em famílias convertidas que não tenham condições. No ano passado foram 13 mil alunos beneficiados. A igreja SUD possui o Centro de Recolocação de Empregos, que atende a 3.400 pessoas desempregadas, oferecendo cursos de autossuficiência profissional e recolocação.·.
“As religiões que estão mais próximas de pessoas cujas vidas passam por dificuldades tendem a ser bem-sucedidas. Elas representam um grupo que acolhe numa hora difícil”, diz o teólogo Clemir Fernandes, do Instituto de Estudos da Religião (Iser).
Uma das filosofias de vida dos mórmons é: “O Senhor gostaria que vocês fossem bem-sucedidos.” A exemplo de outras igrejas, sua estrutura é bancada por dízimos, cuidadosamente acompanhados em balancetes anuais individualizados. Mesmo que a SUD negue que o pagamento do dízimo seja pré-requisito, muitos ex-mórmons alegam que ninguém participa das atividades religiosas ou sociais das congregações se não estiver com o pagamento em dia.
O discurso da SUD pode ser considerado hiperconservador. A valorização da família é o centro da doutrina. Defendem que o bom mórmon não pratica sexo antes do casamento, não bebe café ou chá e não faz uso de álcool ou drogas. Não têm bispos ou autoridades solteiros ou divorciados, sequer viúvos. Famílias gays, nem pensar. O sacerdócio é privilégio dos homens e as mulheres só lideram em cargos que cuidam de assuntos familiares e infantis.
Embora muitos a consideram uma denominação cristã, a maioria de seus fundamentos não tem comprovação histórica. Eles defendem, por exemplo, que o continente americano foi visitado por povos hebreus muitos anos antes do nascimento de Cristo. E que Jesus foi para as Américas após a ressurreição. Por isso, sua sede mundial é em Salt Lake City, em Utah.
Uma das maiores diferenças para as igrejas cristãs convencionais está em suas cerimônias, como os rituais de casamento eterno (após a morte), de batismo de antepassados mortos (a SUD tem o maior banco de pesquisa genealógica do planeta), de aperfeiçoamento dos santos (um trajeto que resulta na transformação de humanos em deuses e deusas que habitarão um planeta chamado Kolob, perto da morada de Deus), além da entrega de códigos e chaves que são dados aos fiéis para a entrada no céu propriamente dita.
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Informação O GLOBO
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